Reneé Gumiel
A Memória gruda na pele - 1993
Morreu dia 10 de setembro (dia do meu aniversário) a bailarina Reneé Gumiel aos 92 anos...
Renée é fundadora da Companhia de Dança Contemporânea Brasileira e estava em cartaz com o ciclo de cinco espetáculos Os Sertões, do Teatro Oficina. Natural da cidade francesa de Saint-Claude, ela começou a carreira de bailarina aos 17 anos, na Inglaterra. Já trabalhou com Stravinsky e Jean Cocteau, conheceu Pablo Picasso, Charles Chaplin e Eisenstein.
Renée Gumiel esteve pela primeira vez no Brasil em 1957, voltou em 1961, e passou a morar no País, onde se consolidou como uma das mais importantes figuras da dança moderna brasileira.
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"“Para mim, fazer dança ou teatro significa evoluir, não me acomodar”, ela gostava de dizer, com o sotaque carregado e o tom voluntarioso que nunca deixaram de ser suas marcas, assim como a maquiagem pesada, o cigarro e o cálice de vinho.
Até os últimos dias, Renée continuava no palco do Oficina e dando aulas na escola teatral Célia Helena. Para ela, vida e arte nunca estavam separadas. Sempre viveu o presente, com pouca paciência para o passado e de olho no futuro, planejando novas montagens. “Não tenho saudades do passado, vivo o presente e o futuro. Mas minha vida está escrita na pele.”
Não tinha medo da morte: “Para mim, não existe a morte sem a vida. O anjo da morte está sempre presente, em nossas emoções e atos. Nossa caminhada não tem princípio nem fim, só continuidade”. E a imagem de Renée dançando, aos 92 anos, é uma das nossas visões definitivas da arte, como forma humana de continuidade. Sua lição maior sempre foi essa: a renovada afirmação do sim, contra tudo que nos diz não."
trecho do texto da crítica de dança Inês Bogéa para a Folha de São Paulo.
2 comentários:
ela parecia uma boneca né...
L.H.
Muito bacana esse post. Gostei e aprendi mais um pouquinho.
Valeu!
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